Hoje é dia de cinema
O projetor usado no cinema da vila era idêntico ao acima
Durante a administração Light a matriz da empresa, em São Paulo, enviava toda semana à Usina de Itupararanga, caixas, contendo rolos de filmes, para serem exibidos aos moradores.
Esses filmes vinham em formato 16mm (geralmente em 3 ou 4 rolos, dependendo de sua extensão) e eram exibidos, primeiro, na residência do chefe e, no dia seguinte, na sede do clube local para todos que quisessem aparecer por lá.
As sessões eram gratuitas e todas as vezes que um rolo chegava ao final, a projeção era interrompida e as luzes acesas por alguns minutos para que o operador da máquina pudesse efetuar a troca de rolos. Em seguida, apagava-se a luz novamente e o filme era retomado do ponto onde havia parado.
Apesar dessas pequenas "complicações" era uma das formas de lazer mais apreciadas pelos moradores da vila numa época em que quase não havia televisão, tampouco, as facilidades tecnológicas do mundo atual.
Os exibidores de filme que por mais tipo desempenharam essa função foram: Dilermando Borges (Didi) e Raphael G. Martins (Rafa), ambos, funcionários da Usina e também moradores da vila.
Didi Borges, figura das mais pitorescas da vila, ao ser perguntado sobre o título do filme que passaria naquele dia, escancarava um sorriso matreiro e respondia apenas: "Amarelão". Não se sabe a origem de tal brincadeira, mas o fato é que ele nunca revelava o título do filme a ser exibido e sempre repetia a mesma resposta. Decerto era uma forma dele despertar curiosidade e atrair mais pessoas para assistirem ao filme. Belas lembranças de nosso dia a dia no "Vale Encantado".